5 Erros comuns dos ciclistas – Parte 3

Parte do canote que tem que ficar no quadro

Postamos aqui mais 5 erros comuns cometidos por ciclistas, alguns comprometem a segurança, outros o conforto, mas todos tem em comum a relação entre ciclista e bicicleta, e se você não quer passar perrengues por aí, aqui vão as dicas.

 

Dedos fora da manete de freio
Sem o dedo posicionado na manete você demora mais para frear em uma emergência.

Andar com os dedos fora das manetes de freio

Parece bobagem, mas é assim que os acidentes acontecem. Crie o hábito de pedalar sempre com um ou dois dedos nas manetes de freio (dependendo do modelo e condições do freio), essa atitude pode te salvar de sustos e tombos, mesmo em baixas velocidades. A fração de segundo que você leva para esticar os dedos e colocar nas manetes de freio pode não ser suficiente pra te livrar do carro que virou a esquina sem dar seta, da fechada na ciclovia/ciclofaixa, do cachorro que estava quietinho na calçada 1 segundo atrás mas resolveu avançar e você,  daquela escorregada de traseira na trilha, te levando para a erosão ou fora do caminho escolhido, e por aí vai.

Pelo menos um dedo na manete de freio, sempre
Este é o jeito certo. Pelo menos um dos dedos tem que ficar sempre na manete para freadas mais ágeis.

Banco muito alto

É comum observar ciclistas pedalando com o selim completamente desregulado, e neste caso específico, muito alto, ultrapassando o limite de segurança do canote. Você pode observar que no canote da sua bicicleta tem uma marquinha perto do final do cano, como na foto abaixo, essa marca mostra exatamente o limite que o canote pode ficar fora do quadro. Desrespeitar esta indicação pode causar a quebra do quadro na região da braçadeira ou blocagem do selim. Outro problema de cometer esse erro é que o controle da bicicleta fica prejudicado pelo peso excessivo sobre a roda traseira, fazendo a bicicleta empinar fácil nas subidas, quando utilizamos marchas mais leves. Isso acontece porque quanto mais alto fica o canote, mais para trás fica o banco também. Aliás, não esqueça de verificar se o quadro é do tamanho adequado para a sua altura, isso interfere na utilização correta do canote.

Canote desregulado, muito alto Marca limite do canote Parte do canote que tem que ficar no quadro

 

Andar com freio “aberto”

Lembra dos tempos de infância, quando a gente brecava a bike com o pé na roda dianteira? E dá-lhe chinelo furado! Pois é, isso acontece ainda hoje e não é só com a molecada não. Muitos ciclistas soltam o sistema de freio da bicicleta pelo simples motivo de estar com a roda desalinhada, torta, ou seja, a sapata de freio fica pegando no aro e freiando a bike involuntariamente, o cidadão fica irritado e prefere ficar sem freio do que parar numa oficina de confiança para alinhar a roda. A bicicleta só tem dois freios, o dianteiro é o mais importante deles, e quando me deparo com algum ciclista rodando por aí com o freio aberto, sempre dou a dica pessoalmente.

NUNCA deixe o freio da bike aberto. Se a roda não estiver alinhada recorra a uma oficina de confiança e faça o alinhamento.
NUNCA deixe o freio da bike aberto. Se a roda não estiver alinhada recorra a uma oficina de confiança e faça o alinhamento.

Cadarço desamarrado

Preste muita atenção nisso! Cadarço desamarrado ou comprido demais pode enroscar na coroa, nos pedais e até no pedivela (peça onde os pedais estão presos). Quando isso ocorre, o pé fica preso ao pedal e aperta mais a cada volta da coroa, podendo causar alguma lesão no pé e rendendo um belo tombo por não conseguir colocar o pé no chão. O ideal é estar calçado com tênis ou sapatilhas adequadas para pedaladas, mas a dica é pra quem usa tênis para pedalar, então o simples ato de colocar o laço do cadarço para dentro do calçado, como na foto, já te livra de problemas.

 

Cadarço exposto ou desamarrado é perigoso
Cadarço desamarrado ou com o laço muito grande pode enroscar facilmente na bicicleta
Mantenha sempre o laço do cadarço para dentro do tênis
Com o laço pra dentro do tênis você não corre risco algum. Verifique se o nó está em apertado e se você escondeu bem o laço.

Não levar remendos ou câmara sobressalentes

Muitos ciclistas saem para seus treinos e passeios totalmente desprevenidos para as dificuldades que podem surgir, como um pneu furado por exemplo. Não há nada mais chato para quem sai pra pedalar do que ter que empurrar a bicicleta por quilômetros por causa de um pneu furado. Se o local da pedalada não tiver recursos como postos de combustíveis por exemplo, é melhor incluir a bomba no seu kit de emergência, não apenas a câmara reserva ou os remendos. Melhor ter esses recursos chacoalhando dentro da bolsa de selim, do que ser pego de “calças curtas” quando o pneu furar.

Kit básico. Se furar o pneu, você não se...
Basta deixar sempre uma câmara e 4 remendos na bolsa de selim e a bomba presa no quadro da bike pra você pedalar sem medo caso fure um pneu.

Prepare-se bem, respeite seus limites e as regras de segurança.

Boas pedaladas!

Edu Capivara
WRITTEN BY

Edu Capivara

Edu Capivara é Delegado Internacional do Biketrial no Brasil desde 1991 e introdutor do esporte em meados da década de 80. É amigo pessoal de Pedro Pi, o inventor do Biketrial e de toda a cúpula da BIU (Biketrial International Union) . Profundo conhecedor do mundo da bike, começou suas aventuras em modalidades como o BMX e o Mountain Bike no início desses esportes no Brasil. Já participou de campeonatos mundiais de biketrial pelo mundo todo, inclusive do primeiro, em 1986 na Europa.

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