A Barra Circular é uma bike clássica, pau pra toda obra mas que merece um upgrade para virar bike conceito
No passado, as bicicletas eram modelos únicos, tinha a masculina e a feminina, e eram usadas para tudo, serviam para o transporte, lazer e competição.
Com o passar dos tempos, bicicletas com aplicações específicas foram aparecendo, destinadas apenas a determinado tipo de uso, é o caso da Caloi Barra Forte e da Monark Barra Circular, bikes que nasceram para o trabalho pesado.
Aqui no Brasil, esse tipo de bike surgiu nas décadas de 50 e 60, e eram praticamente as únicas opções pra quem precisava de uma bike resistente, que não desse muita manutenção, por isso muitas delas são assim até hoje, os quadros foram modificados, elas deixaram as rodas aro 28 e passaram a usar aros 26 e meio, mas foram mantidos o bagageiro forte, para-lamas, cobre corrente, e claro, os freios caneta, também conhecidos por freio varão, um tipo de freio que não utiliza um cabo de aço, e sim varetas de aço, com um sistema de articulação que permite ao usuário, virar o guidão normalmente.
Hoje existem várias marcas de bicicletas similares a essa, com o mesmo desenho, e elas ainda vendem muito no interior, nas pequenas cidades, na roça, e o pessoal leva de tudo nelas, desde a família completa com mulher e filhos, ferramentas para agricultura, peças, mudanças e até a colheita.
Apesar do pessoal do interior colocar marcha nesse tipo de bike, muitas vezes com ela novinha, recém tirada da caixa, eu não acho que só isso resolva, ela poderia ser muito melhor, com soluções e peças que a deixaria mais moderna e adequada ao uso que o pessoal faz dela, por isso eu resolvi fazer a minha versão desse tipo de bicicleta, um releitura, eliminando velhos problemas e criando novas soluções.
A primeira atualização a gente já fez, o embuchamento do central, assim a gente usar um eixo e uma pedivela melhor que o modelo original, o monobloco, que não tem vedação e vive dando folga.
E como a gente vai mudar o sistema de freios, colocar marcha e iluminação, levamos o quadro, garfo e bagageiro no Bornia e Cox, uma oficina de construção de quadros, para colocar nela terminais de cabo, suporte de pinça de freio a disco no garfo e outros detalhes, além de melhorar algumas soldas que são bem fracas, e na sequência, levamos o quadro no Estúdio Tinta Nostra para aquela pintura especial na nossa Rural, nome de batismo que escolhemos para esse modelo modificado.
Como o garfo original não tem gancheira de roda, e sim um amassamento na ponta, com corte para o eixo de roda, não seria seguro colocar nele o suporte de pinça de freio, então tivemos que substituir o garfo por um modelo mais atual, com a rosca da espiga em perfeito estado, e com condições de receber o suporte, e como vamos colocar um pequeno bagageiro dianteiro, o fato do novo garfo ter pinos para v-Brake só ajuda!
As fotos na sequência, mostram algumas das 23 modificações feitas no quadro, garfo e bagageiro.
Para finalizar com chave de ouro essa etapa, a pintura profissional da Tinta Nostra, bike bege com detalhes em marrom. No próximo vídeo a montagem dessa bike e a explicação da escolha para cada componente!
Com relação a montagem, a primeira coisa que eu quis mudar foram os freios, eu substituí os velhos freios suecos, freio caneta pelo freio a disco na dianteira, na traseira o freio Roller Brake, que é um freio potente, criado para bicicletas que carregam muito peso, e pra ter opções de marchas pra subidas e descidas, o cubo Nexus Inter 3, blindado, robusto, simples de usar e com manutenção a cada 2 anos.
As rodas dessa bike já não estavam originais, só os aros, detonados, enferrujados, pesados, então substituir pelo modelo Open P14 da Vzan, que tem o mesmo formato e são em alumínio.O formato desse aro é conhecido como Westwood, é uma chapa de aço estampada e depois calandrada, mas os novos são extrudados em alumínio, e ficam bem legais com os pneus balão originais da bike.
Com essa modificação no sistema de freios, dá pra substituir o guidão original que é super pesado, por esse em alumínio, já que agora ela vai usar esse tipo de manetes,
O avanço curto e com espander foi mantido, assim como o canote 7/8 e selim com molas, mas esse aqui da Kalf é atual, leve, confortável e marrom, pra combinar com outros detalhes dessa bike.
Pensando nas mais variadas formas de carregar carga, eu vou colocar um pequeno bagageiro no garfo, e no bagageiro traseiro, a multi plataforma de engate rápido da Kalf, uma base para facilitar o uso, assim eu posso usar a caixa grande, o baú, a cadeira infantil ou assento espumado, tudo no mesmo encaixe, e o garupa não vai ficar com pernas penduradas não, eu vou colocar essa pedaleiras dobráveis nesses suportes.
Ao trocar a transmissão para Nexus, o cobre corrente original ficou muito grande, já que a coroa diminuiu de tamanho, então eu vou colocar um novo em PVC, com fixação no central, e aproveitando essa mudança, eu substituí os para-lamas, que também são em PVC, eles são mais leves e flexíveis, ideais para uma bike de trabalho que vive esbarrando aqui e ali.
Outro item importante pra que usa a bike pra trabalhar, é a iluminação, e pra não ficar trocando pilhas ou tendo que carregar baterias, ela vai usar farol e lanterna alimentadas pelo dínamo de 6 volts no cubo dianteiro.
Pra não deixar a bike encostada em qualquer lugar, eu pensei em colocar um bom pezinho, mas se ela estiver com carga pesada aqui no bagageiro, o esforço pode ser demais, acaba caindo ou quebrando o pezinho, então eu consegui um item clássico, um cavalete central em alumínio, e olha que bacana, ele tem meia engrenagem em cada perna, elas ficam próximas quando ele está fechado, e ao abrir, o apoio é bem maior.
Os suportes soldados na frente da bike e no bagageiro são para carregar ferramentas grandes, como a foice, enxada, enxadão e varas de pesca, elas ficaram presas nas laterais da bike com o’rings com aba, é só enganchar no parafuso de cima e no de baixo, e contornar a ferramenta.
Com a troca do sistema de freio, deu pra aproveitar o furo original do parafuso do freio canetacaneta pra passar os conduites por dentro do quadro, foi só fazer um novo furo ao lado e dar o acabamento com uma pequena lima.
A saída dos conduites é bem no centro do tubo inferior, próximo ao central, e com os outros terminais de passagem para conduites, fica organizado e com visual limpo no quadro e no garfo.
Pra finalizar, eu acrescentei um porta objetos no círculo central do quadro, antigamente tinha uma bolsa de lona que o pessoal colocava pra guardar pequenos objetos, só que a minha é de EVA, com compartimentos e itens específicos, e ainda sobrou espaço pra carteira, chaves, etc…
A bike ficou incrível e funcional, fica a dica desse nosso experimento, uma bike conceito realmente voltado ao trabalho e a mobilidade urbana ou no campo.
BOM PEDAL!
Boa tarde tenho umas bicicletas dessas
Oi Edu, parabéns pelo belo trabalho realizado. Gostei muito do resultado e até fiquei com saudades da minha Monarque Barra Circular ano 1981. ela foi adaptada com um cambio de 18 marchas e naquela época, as pessoas ficavam admiradas com que facilidade eu vencia das subidas, já que bikes com marchas não era ainda muito difundidas. Admiro muito seu vídeos de ate hoje pratico ciclismo moderado com minhas bikes. Tenho 71 anos e uso duas bikes: uma Caloi Pro com 21 marchas e uma Sundown Asturex ZTX.
Salve gurizada! A bike ficou muito top. Parabéns.
Estou restaurando uma Monark BC ano 82, e achei muito legal essa ideia da troca do movimento central.
Sou novato, e não entendo muito dessas medidas e afins. Tem alguma largura específica do mov. central de 34.7mm que seja compatível com a barra circular ou posso adquirir qualquer um?
Outra: alguma vez vocês já fizeram personalização de bike com banho de cromo, níquel, cobre, ou trataram as peças com fosfatação (para deixar oxidada em cor preta)?
Também, fiquei curioso de como foram as medidas para a bolsa central (redonda).
Um forte abraço.
Olá Edu!!!
A bike ficou linda👏👏👏👏
Eu tenho uma dessa eu gostaria de fazer uma customização nela.
Passou a ser a bicicleta dos meus sonhos.
ficou muito TOP