Instalando o taquinho na sapatilha
Quando a gente olha a sapatilha e o taquinho, a instalação parece coisa simples, mas na hora “H” surgem muitas dúvidas quanto a exata posição, pois é possível mover o taquinho em todas as direções, e uma instalação incorreta pode causar efeitos colaterais desagradáveis e até mesmo lesões.
Essa instalação é o primeiro passo do Bike Fit, técnica que estuda e avalia de forma personalizada, a posição do ciclista na bicicleta, por isso fomos procurar o pioneiro do Bike Fit no Brasil, o ciclista profissional, “fitter” e empresário Cleber Ricci Anderson, para perguntar a ele se é possível fazer essa instalação em casa, sem esses conhecimentos.

Segundo Cleber, a instalação é possível, mas deve seguir alguns passos e detalhes, pois os taquinhos de Road Bike e MTB são bem diferentes, assim como a anatomia e biotipo de cada ciclista, onde o correto é fazer uma avaliação individual e completa medição e estudo dos membros de cada ciclista.
Formato
Os formatos dos taquinhos já dão margem a dúvidas, existem peças de todos os tamanhos e formas, e alguns são iguais, porém de cores diferentes, e muitas vezes para os leigos, isso tudo é um grande mistério.
O ciclismo de estrada, conhecido com Road Bike e até mesmo “Speed”, foi a primeira modalidade a usar taquinhos e sapatilhas, e por necessidade, foi criada uma peça maior, que oferece maior área de contato entre o ciclista e os pedais, facilitando a transmissão de força aplicada nas pedaladas.


Quando nasceu o Mountain Bike, testes revelaram que esse taquinho não poderia ser usado nessa modalidade, pois nessa conta havia um novo ingrediente, a LAMA. O taquinho então, deveria ser uma peça menor, resistente e que permitisse o escoamento da lama, por isso ele é assim, tão pequeno.
Significado das cores
Apenas no Road Bike, alguns fabricantes de pedais utilizam as cores para indicar diferenças técnicas entre seus taquinhos, e é possível escolher quanto o ciclista poderá movimentar “lateralmente” os joelhos e os pés sem “desclipar” (desencaixar os pés dos pedais), pois no ciclo da pedalada, esse movimento existe, e seu completo bloqueio pode gerar desconforto, formigamento nos pés e até mesmo lesões nos músculos e tendões dos joelhos em alguns ciclistas.
Em taquinhos de um determinado fabricante, cada cor permite girar os pés zero ou um determinado número de graus sem desencaixar a sapatilha dos pedais, dando mais mobilidade a esta modalidade que percorre em poucas horas, centenas de quilômetros.

No taquinho VERMELHO o movimento lateral é zero, e ele é conhecido como FIXO.
O taquinho AZUL permite movimientos laterais de 2º, e é conhecido como PIVOTANTE.
No taquinho AMARELO o movimento lateral é de 6º, e ele é conhecido como FLUTUANTE.
No MTB existe uma folga maior para evitar o desencaixe acidental dos pé durante uma manobra ou salto, e nas duas modalidades é possível ajustar a pressão das molas de encaixe, deixando mais fácil ou mais difícil a operação de encaixe e desencaixe dos pés nos pedais.
Instalação
Para instalar de forma “genérica” um taquinho na sapatilha é necessário calça-la e proceder como mostramos no vídeo, colando fitas nas laterais do calçado, marcando a exata posição dos metatarsos do dedão e do dedinho, ligando esses pontos no solado da sapatilha, descobrindo assim a linha média dos metatarsos.
Outra medida importante é a linha média dos pés, posição de alinhamento determinante para que o ciclista pedale com um “aparente” alinhamento perfeito, já que em alguns casos, é necessário permitir que o ciclista pedale com os pés mais abertos, mais longe ou mais próximos do central da bike, etc.
No Bike Fit é possível saber por exemplo se as duas pernas são do mesmo tamanho, se esta diferença esta no fêmur ou na parte baixo da perna, ajustando de forma personalizada cada componente de ergonomia da bike.
As bicicletas são como as roupas, você pode comprar e usar um terno de prateleira, mas um ajustado para você é muito mais confortável!
Bom pedal!