Lavando a roupa de ciclismo

12 jul, 2014

Todo mundo sabe que um bom conjunto de roupas de ciclismo não é tão barato como gostaríamos, por isso mesmo o cuidado com elas é fundamental para que durem bastantes. Nesse sentido, não lavar com frequência não quer dizer necessariamente que as roupas durarão mais. A manutenção das qualidades que definem um bom conjunto de roupas para os ciclistas depende de algumas dicas e regras. Confira neste post.

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Instruções do fabricante

Seguir as recomendações do fabricante da roupa de ciclismo é o certo a se fazer, embora muitas vezes seguir essas instruções não seja algo muito conveniente pra você. Mas vamos considerar o seguinte, você quer fazer valer o investimento que fez nessas roupas e usar o máximo de tempo possível, para isso acontecer você deve prestar atenção em alguns pontos relacionados aos materiais contidos nessas roupas e a aversão que elas possuem a determinados produtos químicos e naturais.

Sabão e amaciante

Pode até não parecer, mas muitos tecidos são fabricados com nano tecnologias diversas, como materiais que ajudam a dissipar o calor do corpo por exemplo, ou micro partículas que não deixam o suor se concentrar em pontos específicos e por aí vai, a lista de novas tecnologias é imensa e muitas vezes impossível de se ver a olho nú. Esses componentes estão lá, no tecido, estrategicamente projetados para exercer suas funções. Aí você vai e lava com um super sabão concentrado e depois o amaciante pra deixar cheiroso. Será que tá certo assim?

Use o sabão mais simples possível e em pouca quantidade. Nada de usar aquela marca do sabão Master Blaster com nano partículas de limpeza profissional e fragrância termo ativa de flores do campo cultivadas por virgens da Malásia nos dias de lua crescente e colhidas por unicórnios albinos…

Não exagere porque a abrasão desse tipo de produto pode destruir, mesmo que aos poucos, toda a proteção de fábrica do tecido, ou seja, aquela camisa ou bermuda que custou caro não terá mais os mesmos efeitos com o passar do tempo. Ainda mais se ficar vestígios imperceptíveis de que o sabão esteve alí, no processo de secagem o dano se intensificará.

O amaciante não é necessário, já que o cheirinho bom vai durar o tempo entre a espera na gaveta e os primeiros minutos de pedalada. Dessa forma você elimina mais um produtos que pode danificar a sua roupa de ciclismo, inclusive as barras dos punhos e cintura, onde geralmente tem uma tira de algum componente do tipo silicone ou elástico que mantém a roupa presa ao corpo.

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Lavando

A lavagem deve ser feita com a roupa do lado avesso, principalmente por causa dos transfers ou da sublimação, que são os processos utilizados para fazer todos aqueles desenhos e logotipos que tem na sua roupa. Com os desenhos protegidos e o forro da bermuda exposto a lavagem será muito mais eficiente e rápida. Lembre-se, o principal a ser removido é o suor, que fica impregnado mais que terra e lama, e por isso, roupa sem cheiro é roupa limpa.

Antes de colocar na máquina de lavar se assegure que todos os zíperes estejam abertos, de que a sujeira mais grossa tenha sido removida na base da massagem no tanque mesmo, e em seguida pode lavar tranquilo. Se você quiser usar aqueles sacos especiais para lavagem dentro da máquina, fica a sua escolha, esse procedimento pode ajudar a proteger sua máquina de lavar, por causa dos zíperes e também pode evitar que a sua roupa de ciclismo capture fiapos que ficaram da última vez que você usou a máquina pra lavar aqueles jeans pesadíssimos ou as toalhas de banho.

Selecinando o modo para não danificar a roupa

Use o ciclo mais delicado no seletor da sua máquina de lavar para que ela trate com carinho seu uniforme preferido; convenhamos que ele é muito mais fino e delicado que os jeans surrados do dia a dia e não podem se juntar a essas peças pesadas durante a lavagem.

Secando

Pode esquecer o secador de roupas, deixe ele quieto alí no canto e estenda a roupa sobre uma toalha perto do sol e não debaixo dele. A exposição direta aos raios UV danifica os elásticos e o tecido, além de outros materiais como as espumas dos forros da bermuda por exemplo. Ah, pode centrifugar na boa, a roupa é delicada mas resiste a força G.

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O aquecedor é proibido e o mesmo vale para as lavanderias, não adianta tomar todo  cuidado do mundo com a lavagem e pecar justamente na hora de secar. As secadoras industriais como as das lavanderias trabalham em temperaturas altas, o que danificará os elásticos como se estivessem estendidas no varal diretamente no sol.

Eca, que nojo

Mesmo que você não transpire muito, esqueça a hipótese de usar uma roupa duas vezes seguidas, tenha sempre dois conjuntos ou mais de camisa e bermuda. Mesmo dando aquela conferida no odor (a famosa cheirada) e pensando “ahhh, tá beleza, dá pra usar novamente…” imagine as partículas de suor secando e descansando na sua roupa de ciclismo, mesmo que seja de um dia para o outro, não estamos falando apenas do futum, que você pode não sentir mas os outros sentem, mas sim da higiene.

Só para constar, no suor é expelida uma mistura de cloreto de sódio (NaCl), água, 2-metilfenol (o-cresol), 4-metilfenol (p-cresol), além de uréia e dejetos de nitrogênio. Bonito hein!

Bom, tomando cuidados assim com a sua moderna, útil e formidável roupa de ciclismo, a tendência é que você continue usufruindo dos benefícios que a tecnologia proporciona por muito mais tempo do que se simplesmente socasse tudo na máquina de lavar junto com as roupas “comuns”.

É isso aí pessoal, vamos compartilhar nossas experiências. Se você tiver alguma para agregar é só comentar aqui no post.

Um abraço

<a href="https://pedaleria.com/autor/educapivara/" target="_self">Edu Capivara</a>

Edu Capivara

Edu Capivara é Delegado Internacional do Biketrial no Brasil desde 1991 e introdutor do esporte em meados da década de 80. É amigo pessoal de Pedro Pi, o inventor do Biketrial e de toda a cúpula da BIU (Biketrial International Union) . Profundo conhecedor do mundo da bike, começou suas aventuras em modalidades como o BMX e o Mountain Bike no início desses esportes no Brasil. Já participou de campeonatos mundiais de biketrial pelo mundo todo, inclusive do primeiro, em 1986 na Europa.

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