Pedivela com coroas ovais?

Quem se lembra do grupo 100GS?

Para os dinossauros do Mountain Bike, os grupos Shimano 100GS, 200GS e 300LX foram um marco, um divisor de águas na entrada do MTB no Brasil na década de 90. Com componentes em aço em sua grande maioria, as peças eram revestidas de plástico, muito bem acabadas e identificadas. Conjuntos de pedivelas, freios cantilever e manetes four fingers (para quatro dedos), alavancas de mudanças da era Rapidfire (para acionamento com os dedos indicador e polegar), cubo traseiro com freehub e cassete, era como estar na Disneylandia. Grupos mais sofisticados, com pedivelas de alumínio com coroas desmontáveis e Rapidfire mais encorpado, o 300LX era nosso XT da época.

Detalhe do adesivo promocional do sistema Biopace.

Detalhe do adesivo promocional do sistema Biopace.

Era muita inovação para quem acabava de entrar na onda do Mountain Bike, pois quem veio do BMX ou Road não estava acostumado a ver peças tão diferentes, como eixo central do tipo cartucho (peça única), sendo que os melhores movimentos centrais da época eram os modelos com três peças, caixas de direção Oversize, mesmo sendo para garfos com rosca na espiga e freios Cantilever para quem estava acostumado com freios Side Pool (ferradura).

Os freios cantilever foram uma boa inovação para o mercado, quando eram raros freios mais poderosos para uso fora-de-estrada.

Os freios cantilever foram uma boa inovação para o mercado, quando eram raros freios mais poderosos para uso fora-de-estrada.

As alavancas de mudança de marchas Rapidfire eram diferenciais para quem estava acostumado com as alavancas de mudança das Road bikes, indexadas ou não, que eram finas e fixadas no quadro, ou as raras alavancas do tipo Thumbshifter, já com alguns modelos indexados para o câmbio traseiro, onde é necessário pegar praticamente com a mão toda para cambiar as marchas.

Correntes  “Hyperglide” (indexadas), mais flexíveis, davam conta das 21 marchas da bicicleta, quantidade inédita de marchas até então.

O Rapidfire, inovaram e deram mais segurança no uso e agilidade nas provas de MTB.

O Rapidfire, inovaram e deram mais segurança no uso e agilidade nas provas de MTB.

Coroas ovais

Fora tudo isso, ainda teve as coroas ovais, conhecidas como Biopace, as peças tinham mais dentes nas posições onde colocamos mais força na pedalada, que é basicamente descendo o braço de um dos lados do pedivela, no período entre o “chute” e a “compressão”, termos do ciclismo. Inúmeros estudos já foram realizados com as coroas ovais, e após essa aparição na década de 90, elas ficaram fora do mercado por quase três décadas, mas estão voltando.

Entenda o raciocínio usado para justificar a existência das coroas ovais Biopace.

Entenda o raciocínio usado para justificar a existência das coroas ovais Biopace.

As coroas ovais Biopace agitaram o mercado nos anos 90, atualmente algumas marcas tentam emplacar sua volta.

As coroas ovais Biopace agitaram o mercado nos anos 90, atualmente algumas marcas tentam emplacar sua volta.

Todas essas novidades trouxeram mais tecnologia, inovação e desempenho as bicicletas, e o compartilhamento de informações entre o Mountain Bike e o Road Bike transformou esses esportes para sempre, tornando viável as tecnologias encontradas hoje.

Bom pedal!

<a href="https://pedaleria.com/autor/educapivara/" target="_self">Edu Capivara</a>

Edu Capivara

Edu Capivara é Delegado Internacional do Biketrial no Brasil desde 1991 e introdutor do esporte em meados da década de 80. É amigo pessoal de Pedro Pi, o inventor do Biketrial e de toda a cúpula da BIU (Biketrial International Union) . Profundo conhecedor do mundo da bike, começou suas aventuras em modalidades como o BMX e o Mountain Bike no início desses esportes no Brasil. Já participou de campeonatos mundiais de biketrial pelo mundo todo, inclusive do primeiro, em 1986 na Europa.

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