A suspensão dos carros e motos precisam de manutenção, a suspensão de bike também!
No universo do Mountain Bikes existem muitas marcas e modelos de suspensão dianteira, e elas fazem parte da história do MTB, surgiram nesta modalidade no final da década de 80, mas para entender melhor porque a manutenção e os preços podem variam tanto é preciso saber diferenciar elas, pois existem três sistemas distintos.
Suspensão com Elastômeros
Atualmente esse modelo é mais raro, difícil de encontrar, mas é a suspensão barata mais leve que existe. Ela pode utilizar a combinação de molas e elastômeros ou apenas os elastômeros, que são tubos maciços de poliuretano (uma espécie de borracha sintética).
O modelo que combina molas e elastômeros tem vantagens sobre o modelo que tem apenas elastômeros, pois as molas fazem a leitura das irregularidades leves do terreno, e quando a bicicleta passa por buracos e irregularidades maiores, a compressão chega até o elastômero.
Os modelos que utilizam apenas elastômeros podem combinar segmentos de diferentes durezas na mesma suspensão, criando assim níveis de amortecimento de acordo com a exigência, algo parecido com o modelo mola/elastômero.
Manutenção
Toda suspensão utiliza buchas deslizantes em seu interior, essas peças permitem que a suspensão deslize sem folga, e quando elas estão gastas, o ciclista tem a mesma sensação da folga na caixa de direção.
A manutenção da suspensão com elastômeros pode requerer a troca das buchas e dos elastômeros, que se decompões com o tempo (esfarelam). A graxa para lubrificar esta suspensão é totalmente sintética, as graxas comuns, contendo sabão de lítio afetam os elastômeros a aceleram o esfarelamento.
Suspensão com Molas
Infelizmente elas não são suspensões, são apenas “molejo”. A pesar do formato, internamente elas não possuem recursos que freiem o rápido retorno (esticamento) após encolherem ao passarmos por um buraco, e a velocidade desse retorno é um sobe e desce danado, como um carro sem amortecedor, apenas molas, e isso atrapalha e pode fazer o ciclista perder o controle da bicicleta em algumas situações.
Geralmente esse tipo de suspensão é bem pesada, ela pode ser toda de ferro ou ter as canelas e o Crow (parte que segura a espiga e as hastes) em alumínio, ter ou não ajuste de preload, recurso que pode ajustar a força das molas ao peso do ciclista. Um ciclista pesado necessita molas com maior resistência, e apertando os manípulos no sentido horário adicionamos carga as molas.
Algumas modelos possuem dispositivo de trava que interrompe o funcionamento das molas.
Manutenção
É preciso engraxar periodicamente as suspensões com molas, quando a lubrificação diminui, o atrito entre as hastes e as buchas provoca grande desgaste e a suspensão pode travar encolhida. Quando isso acontece o ciclista pode tentar destrava-la colocando o pé no arco de ligação entre as canelas (bengalas), e puxar o guidão para cima, se não der certo, outro recurso é abrir as tampas superiores de cada haste e colocar óleo para facilitar o descolamento estrebuchar e hastes. Depois é necessário substituir o óleo por graxa.
Para a maioria das suspensões com molas não existem peças de reposição, obrigando os usuários a trocar a suspensão inteira.
Suspensão Hidráulica
A suspensão hidro-pneumática conhecida apenas como suspensão hidráulica é totalmente funcional, é mais leve e cara, requer uma manutenção mais detalhada medida em horas de uso. Poucos usuários leem o manual de uso e conservação das suspensões, fato que acaba saindo caro para muitos deles, pois a suspensão não dá avisos, quando ela apresentar problemas, o estrago já está feito.
Cada marca e modelo de suspensão traz em seus manuais os ajustes, calibragens e quantidade de horas de uso entre cada manutenção.
Nesse tipo de suspensão é possível calibrar a câmara pneumática (lado esquerdo) de acordo com o uso ou peso do ciclista através do bico no formato Schrader (bico grosso das câmaras de ar), utilizando uma bomba especial de alto poder.
No lado direito fica o sistema hidráulico, onde é possível ajustar a maioria das suspensão através de um seletor ou trava na cabeça da haste ou posicionada remotamente no guidão. Esse dispositivo modifica a passagem de óleo por uma válvula onde é possível endurecer ou travar seu funcionamento durante a pedalada, decurso importante principalmente para atletas do MTB, pois é muito mais fácil superar subidas íngremes com a suspensão travada.
Um dos recursos mais importantes em uma suspensão hidráulica é a possibilidade de modificar a velocidade de retorno da suspensão após um encolhimento, assim ela pode realmente amortecer os choques filtrando essas sensações para que elas cheguem bem fracas aos braços do ciclista, permitindo maior controle da bicicleta.
Essa regulagem fica na parte de baixo da canela direita, e emite “clicks” ao ser girada. Rodando o manípulo para a direita o retorno vai ficando lento, e a suspensão se estica mais devagar, rodando para a esquerda ela retorna mais depressa.
Manutenção
Essas suspensões possuem muitos componentes em seu interior, mas nem todos precisam ser trocados. Na manutenção básica é trocado o óleo, as buchas deslizantes, os retentores superiores (visíveis por fora), espumas responsáveis pela lubrificação das hastes, anéis O’ring e alguma arruelas. Dependendo do estado e idade da suspensão, outros componentes poderão ser trocadas, pois o cartucho hidráulico a válvula hidráulica e o êmbolo de ar possuem muitas peças.
A suspensão permitem que o ciclista pedale com velocidade e conforto em pisos acidentados, mas fique ligado na manutenção da sua suspensão, o seu desempenho e a durabilidade dela dependem disso.
Bom Pedal!
Agradecimento ao consultor Paulo Henrique Bocci da Fullshock Suspensão Tuning
https://www.facebook.com/Paulobocci
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