Caloi Sprint 10
A Caloi 10 foi por muitos anos o sonho de consumo de quem gostava de bicicletas nas décadas de 70 e 80. Lançada em 1972, essa bike formou uma legião de ciclistas apaixonados, que começavam a conhecer câmbios, pneus mais finos e postura mais baixa que em bicicletas comuns.
Todo garoto ou adolescente daquela época queria ter uma, pois era muito mais legal que as bicicletas comuns do mercado, Berlinetas, Monaretas e bicicletas de transporte como a Barra Forte e Barra Circular, todas sem marchas.
A primeira bicicleta brasileira com marchas foi a Caloi 10, e com marchas era fácil ganhar as “corridas”, os pegas da garotada nos bairros, e até gerar comentários como: “O cara da Caloi 10 passou aqui no maior pau.”
Em 25 anos de história foram fabricadas milhares de unidades em 15 modelos diferentes, a maioria em aço carbono comum, mas modelos de Cromo Molibdênio e Titânio integram essa lista (Caloi 18 Titânio e Caloi Eddy Merckx).
Nesse período, por motivos comerciais e financeiros os componentes mudavam e várias peças que antes eram importadas, passaram a ser nacionais, desagradando os mais fanáticos pela história que se formava atrás do produto.
A Sprint ano 1979
Este lindo exemplar restaurado tem quadro em aço carbono cachimbado (utiliza peças de união ente os tubos), o desenho mais clássico para este tipo de bicicleta, e tem como características manetes com duas empunhaduras, que permitia pedalar segurando o guidão na parte mais alta e ainda assim usar os freios, o que é impossível para manetes comuns das Road Bikes de hoje. Os freios em alumínio modelo center pool, que utiliza dois pivôs e braços articulados puxados pelo centro, davam conta do recado.
Seu garfo cachimbado com avanço extremamente longo e tubos conificados tem a propriedade de amortecer impactos, pois flexiona de forma imperceptível a olho nu, mas realmente absorve os choques.
Seu pedivela em três peças (como é chamado o modelo), utiliza chavetas cônicas para prender os braços ao eixo, sistema que se mostrou pouco resistente e suscetível a constantes folgas, dando no futuro, lugar ao sistema de eixo quadrado com braços de aço ou alumínio. As coroas 52/40 vinham protegidas com um grande cobre-coroa cromado e os pedais com refletores e suporte para correias “firma pé” completavam a peça.
As rodas com aros de aço tamanho 27 polegadas vinham montadas em cubos de alumínio da marca Sunshine, flange alta e catraca Shimano 5 velocidades (15/24 dentes) com protetor de raios e corrente grossa.
Os câmbios (dianteiro Spirt e traseiro Honor) são bem “pelados”, facilitando entender a regulagem que limita o avanço do transportador da corrente (os dois pequenos parafusos limitadores), e as alavancas de mudanças não indexadas (sem a precisão de 1 click, uma mudança), ficava na haste da mesa do guidão, sendo eventualmente atingida pelo joelho do ciclista.
Os passadores de cabos, suportes onde param os conduites (capas dos cabos de freios e câmbios), que normalmente estão soldados no quadro, na Sprint eram em sistema de braçadeira, podendo ser modificada a posição ou retirado, por isso esse quadro é tão procurado para montar bikes fixas, que não utiliza suportes para cabos.
Com todos esses detalhes e 42 anos de história, a Caloi 10 é um ícone do ciclismo nacional e envolve uma grande quantidade de colecionadores e restauradores pelo país, agitando o mercado de peças usadas desses modelos.
Agradecimentos ao restaurador Estéfano Zampierre por emprestar o modelo para as fotos da Pedaleria.
tenho uma , branca . Inteiraça .