Vídeo #4 – Conheça os componentes – Coroas

Coroas de bicicleta. De simples não tem nada.

No início, quando as bicicletas não tinham marchas, as coroas eram simples engrenagens dentadas, mas com a entrada das bikes em competições, houve a necessidade de colocar mais uma coroa, permitindo ao ciclista enfrentar subidas e descidas pedalando. Esta importante mudança aconteceu no Road Bike (ciclismo de estrada), mais tarde, no nascimento do Mountain Bike, os pneus largos e terrenos irregulares necessitaram de maior redução,então foi colocando a terceira coroa, a pequena.
Hoje, com as MTB 27,5” e 29” foi possível reduzir o número de coroas, principalmente na modalidade XC, elas usam 2 e até mesmo 1 coroa.

img-Componentes-Coroas_Comum

Coroa simples, conhecida como “Single”, equipa diversos tipos de bicicletas, urbanas, BMX e fixas.

NARROW WIDE

Lançadas a pouco tempo, as coroas Narrow Wide são usadas sozinhas, e esse tipo de coroa alterna dentes largos e estreitos, como os vãos das correntes, criando um conjunto perfeito para enfrentar trepidações e pisos irregulares, sem a queda acidental da corrente por desengate. Os dentes são 25% mais altos, por isso ela não faz trocas de marchas, sendo usadas nas relações 1×10 e 1×11.

Existem vários tipos de coroas Narrow Wide, a redonda normal, com 4 furos de fixação, a Direct Mount, que é fixada diretamente no centro da pedivela, dispensando os finos braços, conhecidos por “spyder”, e a coroa Narrow Wide oval, a mais recente.

img-Componentes-Narrow_Wide_Tipos

As coroas Narrow Wide tornaram-se muito populares nas modalidades XC, Enduro e All-Mountain, nas relações 1×10 e 1×11.

img-Componentes-Coroas_Narrow_Wide_Dentes

As coroas Narrow Wide possuem dentes largos e estreitos alternadamente, e eles são 25% mais altos que os normais, evitando o desengate acidental da corrente.

OVAIS
Coroas ovais não são novidade, elas apareceram na década de 90 e voltaram com força total. Mais tecnológicas que nunca, elas tem mais dentes na parte da pedalada conhecida como “chute”, aliviando nos momentos em que a pedivela está na vertical, conhecido como “ponto morto”. Há muita controvérsia com relação ao aproveitamento gerado pelas coroas ovais, mas estudos científicos provaram que elas funcionam de fato, tendo um ganho de até 25% em determinados casos.

img-Componentes-Coroas_Narrow_Wide_Oval

As coroas ovais estão conquistando seu espaço, tanto no MTB quanto nas Road Bikes, estudos científicos revelaram que existe realmente um ganho de desempenho.

PINO NA COROA GRANDE
Nas pedivelas duplas e triplas, um curioso pino instalado na coroa maior tem a função de impedir que a corrente caia entre o braço da pedivela e a coroa, fato que pode ocasionar o travamento da corrente. Outra função deste pino é indicar a correta posição de montagem da coroa na pedivela, pois fora de posição, os rebaixos dos dentes para facilitar as trocas de marchas não trabalhariam de forma adequada, ficando fora do perímetro da troca perfeita, entre o “chute e a compressão” da pedivela.

img-Componentes-Pino_de_Seguranca

Este curioso pino fica escondido atrás do braço da pedivela, impedindo que a corrente trave, caso caia para fora, mas além disso, ele serve para indicar a posição da coroa na pedivela.

img-Componentes-Coroas_Dentes

Para agilizar o engate da corrente durante a troca de marcha, as coroas tem dentes de diversas alturas.

GARRAS
Para executar uma troca de marcha rápida e perfeita subindo para coroas maiores, pequenas “garras” ou puxadores de corrente são instalados nas coroas para facilitar o serviço do câmbio dianteiro, pois elas literalmente “pescam” a corrente e a colocam na posição de engate das coroas. Pequenos rebaixos na lateral da coroa também ajudam a guiar a corrente até as garras.

img-Componentes-Coroas_Garras-Puxadores

As pequenas garras nas coroas são “pescadoras de corrente”, dispositivo que evita que a corrente fique patinando até encontrar os dentes.

img-Componentes-Coroas_Rebaixos

Rebaixos nas laterais das coroas permite que a corrente fique bem rente e seja capturada pelas garras.

RAMPAS
Ainda na área das trocas de marchas, mas agora para reduzir para coroas menores, foram criadas “rampas deslizantes” que jogam a corrente diretamente nos dentes da coroa do meio ou da pequena, tudo para aumentar a velocidade das mudanças, que nos grupos mais sofisticados, são feitas em frações de segundo.

img-Componentes-Coroas_Rampa

As rampas deslizantes ajudam a conduzir a corrente nas trocas de redução de marcha, permitindo engates rápidos e precisos.

TAMANHO DAS COROAS
O tamanho das coroas é medido em dentes, e as Road Bikes tem as maiores, com cerca de 50 dentes e até mais. Conhecidas como “speed” ou bicicletas de estrada, elas são leves, usam pneus finos e atingem altas velocidades graças ao grande número de dentes da coroa maior, mas nas MTB de hoje, as maiores coroas tem entre 40 e 46 dentes, pois são mais pesadas e utilizam pneus mais largos, necessitando de maior redução.

img-Componentes-Coroas_Road

As maiores coroas são encontradas nas Road Bike (Speed), de 50 a 53 dentes em média.

FUROS DE FIXAÇÃO
As coroas podem ter 4 furos para fixação, ou 5 como as mais antigas, não importa, o importante é saber o BCD (Bolt Circle Diameter), a exata distância entre os furos, informação muito importante, principalmente na hora da reposição, pois existem vários BCDs, imagine o mico de comprar uma coroa que não sirva na sua pedivela. Nesta matéria, você encontra a tabela de medidas dos BCDs e também a forma de medir corretamente: https://pedaleria.com/bcd/

img-Componentes-Coroas_BCD

A distância entre os furos das coroas é o BCD (Bolt Circle Diameter), principal informação na hora de comprar uma nova!

Então, como vocês viram, as coroas não tem nada de simples, elas possibilitam que o ciclista transfira todo sua força para a bicicleta, enfrentado todo tipo de terreno com força para pedalar.

Bom Pedal!

<a href="https://pedaleria.com/autor/educapivara/" target="_self">Edu Capivara</a>

Edu Capivara

Edu Capivara é Delegado Internacional do Biketrial no Brasil desde 1991 e introdutor do esporte em meados da década de 80. É amigo pessoal de Pedro Pi, o inventor do Biketrial e de toda a cúpula da BIU (Biketrial International Union) . Profundo conhecedor do mundo da bike, começou suas aventuras em modalidades como o BMX e o Mountain Bike no início desses esportes no Brasil. Já participou de campeonatos mundiais de biketrial pelo mundo todo, inclusive do primeiro, em 1986 na Europa.

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