Coroas de bicicleta. De simples não tem nada.
No início, quando as bicicletas não tinham marchas, as coroas eram simples engrenagens dentadas, mas com a entrada das bikes em competições, houve a necessidade de colocar mais uma coroa, permitindo ao ciclista enfrentar subidas e descidas pedalando. Esta importante mudança aconteceu no Road Bike (ciclismo de estrada), mais tarde, no nascimento do Mountain Bike, os pneus largos e terrenos irregulares necessitaram de maior redução,então foi colocando a terceira coroa, a pequena.
Hoje, com as MTB 27,5” e 29” foi possível reduzir o número de coroas, principalmente na modalidade XC, elas usam 2 e até mesmo 1 coroa.
NARROW WIDE
Lançadas a pouco tempo, as coroas Narrow Wide são usadas sozinhas, e esse tipo de coroa alterna dentes largos e estreitos, como os vãos das correntes, criando um conjunto perfeito para enfrentar trepidações e pisos irregulares, sem a queda acidental da corrente por desengate. Os dentes são 25% mais altos, por isso ela não faz trocas de marchas, sendo usadas nas relações 1×10 e 1×11.
Existem vários tipos de coroas Narrow Wide, a redonda normal, com 4 furos de fixação, a Direct Mount, que é fixada diretamente no centro da pedivela, dispensando os finos braços, conhecidos por “spyder”, e a coroa Narrow Wide oval, a mais recente.
OVAIS
Coroas ovais não são novidade, elas apareceram na década de 90 e voltaram com força total. Mais tecnológicas que nunca, elas tem mais dentes na parte da pedalada conhecida como “chute”, aliviando nos momentos em que a pedivela está na vertical, conhecido como “ponto morto”. Há muita controvérsia com relação ao aproveitamento gerado pelas coroas ovais, mas estudos científicos provaram que elas funcionam de fato, tendo um ganho de até 25% em determinados casos.
PINO NA COROA GRANDE
Nas pedivelas duplas e triplas, um curioso pino instalado na coroa maior tem a função de impedir que a corrente caia entre o braço da pedivela e a coroa, fato que pode ocasionar o travamento da corrente. Outra função deste pino é indicar a correta posição de montagem da coroa na pedivela, pois fora de posição, os rebaixos dos dentes para facilitar as trocas de marchas não trabalhariam de forma adequada, ficando fora do perímetro da troca perfeita, entre o “chute e a compressão” da pedivela.
GARRAS
Para executar uma troca de marcha rápida e perfeita subindo para coroas maiores, pequenas “garras” ou puxadores de corrente são instalados nas coroas para facilitar o serviço do câmbio dianteiro, pois elas literalmente “pescam” a corrente e a colocam na posição de engate das coroas. Pequenos rebaixos na lateral da coroa também ajudam a guiar a corrente até as garras.
RAMPAS
Ainda na área das trocas de marchas, mas agora para reduzir para coroas menores, foram criadas “rampas deslizantes” que jogam a corrente diretamente nos dentes da coroa do meio ou da pequena, tudo para aumentar a velocidade das mudanças, que nos grupos mais sofisticados, são feitas em frações de segundo.
TAMANHO DAS COROAS
O tamanho das coroas é medido em dentes, e as Road Bikes tem as maiores, com cerca de 50 dentes e até mais. Conhecidas como “speed” ou bicicletas de estrada, elas são leves, usam pneus finos e atingem altas velocidades graças ao grande número de dentes da coroa maior, mas nas MTB de hoje, as maiores coroas tem entre 40 e 46 dentes, pois são mais pesadas e utilizam pneus mais largos, necessitando de maior redução.
FUROS DE FIXAÇÃO
As coroas podem ter 4 furos para fixação, ou 5 como as mais antigas, não importa, o importante é saber o BCD (Bolt Circle Diameter), a exata distância entre os furos, informação muito importante, principalmente na hora da reposição, pois existem vários BCDs, imagine o mico de comprar uma coroa que não sirva na sua pedivela. Nesta matéria, você encontra a tabela de medidas dos BCDs e também a forma de medir corretamente: https://pedaleria.com/bcd/
Então, como vocês viram, as coroas não tem nada de simples, elas possibilitam que o ciclista transfira todo sua força para a bicicleta, enfrentado todo tipo de terreno com força para pedalar.
Bom Pedal!
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