Freio a disco mecânico travado?

O freio a disco mecânico travado? Confira o motivo e a solução.

Tem muito ciclista utilizando freio a disco mecânico, e eles funcionam bem, passando aquela fase inicial do ajuste, eles são bem confiáveis, mas como qualquer componente, tem marcas boas e ruins, e na maioria das vezes, quando eles apresentam defeito é por falta de lubrificação, o braço de acionamento não retorna após ser acionado.

Esse é um problema de desgaste (projeto muito simples) ou lubrificação, pois internamente ele tem muitas peças que podem emperrar por estarem muito secas, impedindo que o braço retorno naturalmente com o auxílio da mola.
A pesar das pinças do freio hidráulico não terem praticamente nada dentro, só o óleo e os êmbolos, eles também podem travar para fora (com as pastilhas pressionando o disco) pelo desgaste dos veladores e por riscos e sujeira na área onde o êmbolo se desloca.

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Muito popular nas bikes de entrada, os freios a disco mecânicos são encontrados em várias marcas e modelos, com preços diferenciados.

Quando submetidos a lama, poeira e constantes jatos d’água, a lubrificação desaparece, e para manter seu freio a disco mecânico funcionando será preciso desmontá-lo para fazer a manutenção. Para iniciar tire ele da bike, remova essa tampa que ajusta a aproximação da pastilha fixa, removas as duas pastilhas para ter acesso ao êmbolo mecânico, remova também o braço externo de acionamento, ele pode ser apenas uma peça encaixada em um sextavado ou ter uma mola embutida.

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Componentes de um bom freio a disco mecânico.

Agora com um alicate de bico fino solte a tampa interna que tem 2 furinhos ou cavidades, é rosca normal (rosca direita), liberando acesso ao interior da pinça. O mecanismo tem 3 esferas soltas posicionadas em cavidades côncavas em ângulo, peça que avança a pastilha quando acionada a manetes de freio. É um sistema bem simples e eficiente, mas aqui tudo tem que estar lubrificado na medida, só não exagere pra não contaminar as pastilhas, nesses pontos e no colar de micro esferas se usa graxa, óleo seria muito perigoso, ele pode escorrer e atingir as pastilhas.

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Torre de avanço da pastilha – ao girar a peça há o deslocamento.
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Cavidades côncavas em ângulo e esferas soltas – mecânica simples e eficiente.
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Micro-colar de esferas – torna macio o acionamento do freio.

Os freios mais sofisticados possuem o colar de esferas na base das de acionamento (peça ligada ao braço externo), e isso torna leve o acionamento do freio e o retorno é mais livre. Basicamente os freios tem o mesmo mecanismo interno, mas com acabamentos e pesos diferentes, existe muita diferença de qualidade entre eles, e isso vale para outros componentes da bike, avalie isso antes da próxima compra, peças muito baratas podem dar manutenção cedo e até quebrarem.

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Complexo e pesado. Com muitas partes, este freio mistura componentes de acionamento em ferro e alumínio, ocorrendo o desgaste da estrutura antes das pastilhas.

Bom pedal!

Agradecimentos a Biketoor e Ciclo Vila Isa.

#pedaleria #vzan

Edu Capivara
WRITTEN BY

Edu Capivara

Edu Capivara é Delegado Internacional do Biketrial no Brasil desde 1991 e introdutor do esporte em meados da década de 80. É amigo pessoal de Pedro Pi, o inventor do Biketrial e de toda a cúpula da BIU (Biketrial International Union) . Profundo conhecedor do mundo da bike, começou suas aventuras em modalidades como o BMX e o Mountain Bike no início desses esportes no Brasil. Já participou de campeonatos mundiais de biketrial pelo mundo todo, inclusive do primeiro, em 1986 na Europa.

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