Conheça os componentes – Câmbio dianteiro

Conheça mais sobre o funcionamento e detalhes dos câmbios traseiros

O câmbio dianteiro é responsável pelas trocas de marchas das coroas, que podem ser 2 ou 3, dependendo do tipo de bicicleta, e apesar de ser um componente bem simples, existem muitos tipos, esse aqui é pra 2 coroas, esse é para 3 coroas, olha só o aumento da área de contato com a corrente, são bem diferentes!

img-Cambio_Dianteiros_2e3_Coroas

DIÂMETRO DA BRAÇADEIRA
Para começar vamos falar do diâmetro da braçadeira de fixação. As Road Bike maias antigas, de ferro ou de Cr-Mo utilizam tubos de menor diâmetro e paredes bem finas, nesse caso os câmbios dianteiros utilizam braçadeiras de 28,6mm.

img-Cambio_Dianteiros_Medidas_Beacadeiras

Quando o quadro é em alumínio, esse tubo pode ter 31,8mm de diâmetro ou 34,9mm, para quadros com canotes de maior diâmetro. Os fabricantes de quadros seguem as normas internacionais com relação as medidas de alguns tubos, para que o consumidor não tenha dificuldade em encontrar uma peça de reposição como canotes, câmbios e caixas de direção..

img-Canotes

CÂMBIO INSTALADO NO CENTRAL
Ainda falando de fixação, existem câmbios que vão presos no movimento central da bike, conhecidos como E-Type (Tipo – E), eles são usados geralmente em bikes com suspensão traseira, com pivôs de articulação bem baixos, ou desenho que impedem a instalação de um cambio de braçadeira, e esse aqui pode ser usado com esse suporte ou direto no quadro.

img-Cambio_E-Type_Fixo

Câmbio dianteiro modelo E-Type (tipo E), ideal para quadros com desenhos diferentes, geralmente os full suspension (suspensão nas 2 rodas).

img-Cambio_E-Type_Desmontavel

Em alguns modelos do E-Type, o suporte pode ser removido, transformando o câmbio no modelo Direct Mount.

DIRECT MOUNT
Esse câmbio de montagem direta é conhecido como “Direct Mount”, eles são instalandos em suportes nos quadros, primeiro veio esse, o Braze-on, depois os modelos com 2 parafusos, eles são mais leves justamente por ter menos itens, e por utilizarem um suporte de posição exata, a instalação é bem mais simples, inclusive, alguns deles tem a braçadeira removível, possibilitando sua instalação em quadros com e sem suporte.

img-Cambio_e_Bracadeira_Braze-on

Com o lançamento desta braçadeira, o câmbio Braze-on pode ser instalado em quadros convencionais.

img-Quadro_com_Braze-on

Quadro com suporte para câmbio Braze-on.

img-Cambio_Side_Swing_DM

img-Cambios_Direct_Mount

POSIÇÃO DA BRAÇADEIRA
Agora vamos falar da posição da braçadeira dos câmbios dianteiros. Tem o Down Swing – onde o transportador da corrente fica abaixo da braçadeira ou “cintura”, e tem o Top Swing onde o transportador da corrente fica acima da braçadeira.

O modelo Top Swing surgiu para liberar espaço para os suportes de garrafinha, e pivôs de suspensão de alguns quadros, pois antigamente só tinha esse tipo, o Down Swing, o mais comum da época, e em alguns quadros ele acabava ficando entre os 2 parafusos do suporte da garrafinha desse tubo.

img-Cambio_Top-Swing_e_Down-Swing

ROTA DE CABO
Uma dúvida muito comum é sobre o cabo de aço, de onde ele vem. Isso é conhecido como “Rota de Cabo”, e depende do projeto do quadro da bike, alguns tem essa rota por baixo, e o câmbio é (Down Pull), ou seja, puxa para baixo, e tem os os quadros com rota superior, aí o câmbio é puxado para cima (Top Pull).

Fora esses 2 tipos, tem os modelos Dual Pull, onde o cabo pode puxar o câmbio tanto para cima quanto para baixo, apenas mudando o caminho do cabo aqui no câmbio.

img-Cambio_Rota_de_Cabo_01

Quando o cabo de aço vem por cima, o câmbio é TOP PULL.

 

img-Cambio_Rota_de_Cabo_02

Quando o cabo de aço vem por baixo, o câmbio é DOWN PULL.

img-Cambio_DUAL-PULL_01

Nos câmbios DUAL PULL, o cabo de aço pode vir de cima ou de baixo, é só mudar a forma de posiciona-lo no suporte de fixação.

img-Cambio_DUAL-PULL_02

Os câmbios dianteiros trabalham dentro de um faixa de ângulos que é medida aqui, do Seat Tube até o Stay inferior, e esse ângulo pode ficar entre 63º e 66º ou entre 66º e 69º. Isso dá uma certa liberdade aos fabricantes de quadros, pois mesmo tendo essa pequena variação de ângulos, os câmbios podem funcionar bem, e esse é um dos fatores que podem diferenciar uma bicicleta de passeio de uma de competição.

 img-Angulo_do_Cambio_Dianteiro

img-Cambio_Dianteiro_Angulos

Normalmente os câmbios possuem gravado no verso, a faixa de ângulos que eles podem funcionar sem problemas.

CÂMBIO PEGANDO NO PNEU
Dependendo do desenho do quadro, tamanho do eixo central e tamanho do transportador da corrente, acontecem muitos casos do câmbio pegar no pneu traseiro da bike quando engatado na coroa menor.
Isso acontece mais nas bikes 29, principalmente se ela estiver com uma pedivela para bike aro 26”, porque nesse caso, as coroas são maiores, 46, 48 dentes, isso obriga que o câmbio seja instalado mais alto, e quanto mais alto, mais perto do pneu.
No quadro 29”, a traseira é bem curta, mas isso também pode acontecer nas bikes aro 26” e 27,5”.

img-Cambio_Pegando_no_Pneu

A traseira do quadro das bikes aro 29″ é mais curta que no modelo aro 26″, e por conta de algumas combinações de componentes e pneus, pode acontecer do câmbio encostar no pneu traseiro quando engatado na coroa pequena.

Para resolver isso você tem que trocar o pneu por um mais estreito, ou trocar o eixo central por um mais longo, afastando as coroas do quadro, mas isso tem um limite, pois a transmissão deve se manter alinhada – a linha de corrente.

Outra solução que está no mercado é um câmbio dianteiro com desenho e movimento bem diferentes, o transportador é bem curto e o movimento de avanço é em diagonal, deixando livre o espaço entre o pneu e o seat tube.
Câmbio com esse tipo de deslocamento já apareceu nas Road Bikes a mais tempo, mas está de volta na versão para MTB.

img-Cambio_Deslocamento_Lateral

Repare em todos esses detalhes se você for trocar seu câmbio dianteiro.

Bom Pedal!

Agradecimentos a Anderson Bicicletas e Biketoor.

 

 

 

 

<a href="https://pedaleria.com/autor/educapivara/" target="_self">Edu Capivara</a>

Edu Capivara

Edu Capivara é Delegado Internacional do Biketrial no Brasil desde 1991 e introdutor do esporte em meados da década de 80. É amigo pessoal de Pedro Pi, o inventor do Biketrial e de toda a cúpula da BIU (Biketrial International Union) . Profundo conhecedor do mundo da bike, começou suas aventuras em modalidades como o BMX e o Mountain Bike no início desses esportes no Brasil. Já participou de campeonatos mundiais de biketrial pelo mundo todo, inclusive do primeiro, em 1986 na Europa.

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