Freecoaster e cubos de BMX

Race, Vertical, Freestyle, Park, Street, Flatland, que cubos de BMX usar nessas modalidades?

Olhando os cubos nas bikes, eles parecem todos iguais, mas o BMX tem várias modalidades, e cada uma utiliza um tipo de cubo.

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Par de cubos BMX Race.

No BMX Race ou Bicicross, onde as pistas tem curvas de parede e diversos tipos de rampas, as bike podem utilizar cubos comuns, com rosca para catraca, ou cubos com um pequeno freehub, e nesse caso, é fácil modificar a relação trocando apenas o pinhão, também conhecido como cog.

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Na BMX, o Freehub é pequeno mas rosca em 50% da peça, permitindo alterar a posição do pinhão para obter alinhamento perfeito da corrente (chainline).

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No BMX o cubo com freehub não é nenhuma novidade, mas as catracas ainda são muito usadas.

No BMX vertical, freestyle, Street e Park as pistas são de terra, asfalto, concreto ou o que encontrar pelas ruas, sempre cheias de rampas onde atletas fazem saltos muito altos, e nesse caso é necessário cubos com eixos mais grossos, eles tem 14mm de diâmetro, os cubos normais tem 9,5mm.  Esse eixo grosso é difícil de entortar ou quebrar, mas pesa um pouco mais e requer quadros projetadas para esse componente, com gancheiras de aberturas maiores.

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Park – pistas de concreto com vários obstáculos. A modalidade vem crescendo no Brasil.

As bikes dessas modalidades usam relações compactas, mas elas não são mais leves porque são menores, as coroas tem entre 25 a 29 dentes e o pinhão pode ter apenas 9 dentes. Ao dividir a quantidade de dentes da coroa pelos dentes do pinhão, a gente percebe que elas ficam bem próximos do peso da relação das BMX Race.

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Para essas modalidades e também para o Flatland, onde os atletas fazem manobras no chão plano e liso, os cubos podem ser diferentes, o mais usado é o Freecoaster, um cubo traseiro que permite que o bike’r ande para trás sem a pedivela girar, isso ajuda em manobras específicas.
Observe que em qualquer bicicleta a pedivela gira quando a gente empurra a ela para trás, e como esse cubo é bem diferente dos demais, eu desmontei ele pra explicar como isso funciona.

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Este modelo foi projetado para gancheiras de 14mm, mas dá pra usar nos quadros com gancheiras de 9,5mm com pequena adaptação, pois debaixo desta ponteira 14mm está o eixo fino padrão. O cubo é bem complexo, e cheio de peças, tem colares de esfera em tamanhos diferentes, e seu sistema de liberação quando a roda gira para trás é baseado em uma rosca de filetes redondos, como a rosca das lâmpadas.

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Por ter muitos componentes o cubo é pesado, mas permite que o bike’r faça várias manobras “de costas” sem perder o equilíbrio.

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As roscas normais tem filetes em forma de triângulo ou de trapézio, e essa redonda tem 2 entradas e filetes de rosca afastados, quando giramos as peças, elas avançam muito mais rápido, então se o ciclista girar a pedivela um pouquinho para trás, o sistema desconecta a bucha que dá tração no fundo do cubo, por isso a bike anda para trás sem girar a pedivela.

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Ao pedalar pra frente, ela gira rapidamente e seus entalhes se encaixam nos outros entalhes “agarram” no cubo permitindo a tração, e seu sistema não emite nenhum tipo de som, como acontece com as catracas e freehubs.
Pra quem achava que só os cubos das Road Bike e das Mountain Bike eram especiais, incluam também na lista o cubo Freecoast, porque cada modalidade tem seus segredos.

Bom Pedal!

 

 

<a href="https://pedaleria.com/autor/educapivara/" target="_self">Edu Capivara</a>

Edu Capivara

Edu Capivara é Delegado Internacional do Biketrial no Brasil desde 1991 e introdutor do esporte em meados da década de 80. É amigo pessoal de Pedro Pi, o inventor do Biketrial e de toda a cúpula da BIU (Biketrial International Union) . Profundo conhecedor do mundo da bike, começou suas aventuras em modalidades como o BMX e o Mountain Bike no início desses esportes no Brasil. Já participou de campeonatos mundiais de biketrial pelo mundo todo, inclusive do primeiro, em 1986 na Europa.

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