Alavancas de mudanças, tipos e modelos
As primeiras alavancas de mudança de marcha das bicicletas de corrida eram hastes metálicas de acionamento que atuavam diretamente em cada câmbio, não utilizavam cabos de aço nem conduites. Com o passar do tempo as alavancas passaram para o Down Tube (tubo de baixo do quadro), e já utilizavam cabos. As mudanças não eram indexadas, o ciclista tinha que “achar” o ponto certo entre as engrenagens, nem mais, nem menos, para não ficar fazendo barulho ou mudar de marcha sozinha nos momentos em que se aplica mais força, como o sprint. Nas mudanças indexadas, cada “click” representa um engate perfeito de marcha.
Com o nascimento do MTB, houve a necessidade de colocar as alavancas mais próximas dos comandos de mão no guidão, e com uma ligeira modificação nas alavancas de mudança das bicicletas de estrada (speed), foi criado o Thumbshifter, alavancas sobre o guidão, acionadas com os polegares ou indicador e polegar, dependendo da marcha escolhida. Ao longo do tempo esse tipo de alavanca mostrou-se perigosa para o ciclista de competição, ou ciclista mais arrojado no fora de estrada, pois exigia que o mesmo tirasse a mão da manopla para fazer as mudanças. Esse tipo de alavanca ainda é encontrada e muito utilizada em bicicletas de passeio, onde o risco é menor, mas ainda assim existe.
Com tantas mudanças e lançamentos de novos produtos de um ano para o outro, uma grande quantidade de tipos e modelos de alavancas de câmbio invadiu o mercado mundial a partir da década de 90. Entre propostas sérias e outras muito bizarras, alguns modelos vieram para ficar, e participam ativamente deste mercado a mais de duas décadas.
A japonesa Shimano apresentou seu primeiro Rapid Fire para Mountain Bikes no final de 1989, e em 1990 a modernidade das alavancas indexadas no guidão chegou as bicicletas de estrada com o sistema STI – Shimano Total Integration, nome dado a série de alavancas de mudança integradas as alavancas de freios. Esse sistema de manetes de controle duplo, permite o uso das alavancas de freio no sentido longitudinal, e empurrando no sentido lateral, acontecem as mudanças de marchas.
Com ligeiras diferenças por grupo e modelo, é possível fazer as mudanças acionando pequenas alavancas anexadas às manetes de freio ou em pequenos botões no corpo da empunhadura (suporte das manetes onde se segura para cambiar).
Na mesma época a Italiana Campagnolo lança o sistema Ergopower, com funcionamento similar ao STI.
Apresentamos abaixo um pequeno resumo dos modelos de alavancas mais conhecidos e utilizados nas MTB e bicicletas de estrada.
Thumbshifter
Lançadas a princípio como alavancas simples, logo depois, ganharam indexação (um click representa uma mudança de marcha). Esse tipo de alavanca, também conhecida como alavanca de fricção, equipa atualmente bicicletas de passeio e modelos populares, com 5, 6 ou 7 velocidades. É necessário tirar as mãos das manoplas para fazer as mudanças, fato que as tornam perigosas quando se anda em piso irregular, podendo ocasionar quedas.
Alavancas giratórias
Conhecidas originalmente como Grip Shift (alavanca na manopla), que é marca registrada de um grande fabricante. Esse tipo de alavanca também chamado de punho giratório, é leve e confiável, equipando bikes de atletas de ponta pelo mundo todo. É fácil e seguro fazer as mudanças sem largar as manoplas e nem sequer abrir os dedos.
Rapid Fire
Provavelmente o sistema de alavancas mais conhecido da geração MTB, com 24 anos de bons resultados e muitos aperfeiçoamentos, foi um grande avanço no ciclismo fora de estrada, pois fez jus ao nome “fogo rápido”, trocas de marchas dinâmicas e seguras, sem soltar as manoplas. Recentemente recebeu mais um melhoramento, a “multi-liberação” permitindo efetuar trocas de marchas com o polegar e indicador, com um dedo em cada alavanca, ou fazer todas as trocas com o polegar.
Trigger Shifter
O Trigger é o “Rapid Fire” da marca Sram. Após certa dificuldade no início do projeto, o modelo se aperfeiçoou e é bem aceito no mundo das competições, utiliza botões de troca de marcha feitos em alumínio nos modelos mais sofisticados. Alguns modelos são reconhecidos pelo estalo característico no momento das trocas de marchas.
EZ Fire
O conjunto de alavancas EZ Fire é um tipo de Rapid Fire simples, muito comum em bicicletas de entrada (linha mais econômica de uma marca). Tem as mesmas funções das alavancas mais sofisticadas “passar as marchas”, mas não é leve e veloz como os modelos para competição.
Manetes de Controle Duplo
Sistema indexado e troca de marchas para bicicletas de estrada, com alavancas de freio e mudança de marcha na mesma peça. Fácil de usar, permite controle total, pois não é necessário largar o guidão ou freios para fazer as trocas.
Existem modelos mais simples, com um botão de passagem na menete o outro mais acima, no corpo da empunhadura, e modelos mais sofisticados, para competição, com os dois passadores acoplados à manete de freio.
No lançamento, todos os modelos de alavanca de câmbio indexadas agregaram mais peso as bicicletas, pois comparados as alavancas anteriores, estas possuem catracas, engrenagens e muitas peças pequenas em seu interior. Atualmente esses sistemas são leves e confiáveis, e representam um avanço tecnológico enorme, trazendo mais conforto e segurança ao pedalar, seja você um atleta profissional ou ciclista comum, que usa a bicicleta como transporte e lazer.
Bom Pedal!
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