Entenda como funcionam as alavancas de marchas das bicicletas de estrada

As alavancas de marchas da bicicletas de estrada estão muito sofisticadas, conheça algumas delas.

Assim como todos os componentes, as alavancas de mudança das bicicletas de estrada evoluíram bastante, tornando as bicicletas mais seguras e confortáveis. Antes elas elas ficavam posicionadas no down tube (tubo inferior do quadro), e tinha também as alavancas no pescoço do avanço, também chamado de cachimbo, esse tipo de alavanca foi muito popular no Brasil equipando a Caloi 10.
O problema deste posicionamento das alavancas, é que o ciclista tinha que ficar tirando a mão do guidão para fazer as trocas de marcha, o que tornava a operação um pouco perigosa, principalmente no sprint.

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As alavancas de mudanças no quadro ou no avanço do guidão são mais perigosas, pois obrigam o ciclista a soltar o guidão para fazer as trocas.

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Alavancas da Caloi 10 1979 posicionadas no avanço ou “cachimbo”, como era conhecida essa peça.

Em 1980 foram criados o STI (Shimano Total Integration) e o Ergo Power da Campagnolo, integrando nas manetes de freio as alavancas de marcha, que assim como hoje, permitem trocas de marchas sem tirar as mãos do guidão. O design desse componente mudou muito dessa época para cá, com o aumento da área de contato de 3 para 6cm quando seguramos por cima das manetes, tornando a bike mais segura e conforto na empunhadura, principalmente para longas distâncias e principalmente quando pedalamos em pé em uma subida.

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O STI ou manetes de duplo comando, integram o acionamento de freios e câmbios na mesma peça.

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Nas manetes de duplo comando, há mais espaço para as mãos, deixando o componente mais seguro e confortável.

ALAVANCAS DE DUPLO COMANDO
Com relação ao uso, as alavancas de duplo comando (freio e câmbio), mantiveram em todo esse tempo freio traseiro e câmbio traseiro do lado direito, freio dianteiro e cambio dianteiro do lado esquerdo. O Acionamento das alavancas de câmbio STI é feito com o dedo médio, no câmbio traseiro, quando queremos reduzir marcha (deixar mais leve), acionamos a alavanca grande, a mesma do freio, porém com movimento diferente, “para dentro” (em direção a outra manetes da bike), e quando queremos passar marcha (deixar mais passado), acionamos a alavanca pequena.

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A diferença de tamanho entre as coroas grande e pequena na bicicleta de estrada, pode ser de até 16 dentes em alguns modelos, e neste caso, para trocar da coroa pequena para a grande, o ciclista deve ter mais paciência, pois essa mudança para aumento de velocidade é mais demorada que as mudanças no câmbio traseiro. O curso da alavanca é mais longo, e o ciclista deve esperar a corrente engatar completamente para começar a fazer força.

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MEIO TOQUE
O STI tem um recurso muito útil durante as trocas de marchas, nesse caso especificamente a alavanca de mudanças dianteira, é o “meio toque”, uma espécie de ajuste que permite o uso de combinação cruzadas entre coroa e cassette. Se esse recurso, a corrente ficaria raspando no cambio dianteiro. Esse meio toque não é uma troca de marcha, mas com um toque curto na alavanca, o câmbio executa um pequeno movimento de ajuste, o suficiente para a corrente parar de raspar nele.

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No STI (Shimano Total Integration), a alavanca para câmbio dianteiro tem a função “Meio Toque”, que ajusta a posição do câmbio para a corrente não raspar em marchas cruzadas.

Em 2005 a Sram lançou o sistema Double Tap, com uma única alavanca de mudança de cada lado. Essa alavanca é independente, a alavanca de freio não acumula duas funções. Para fazer a troca de marcha para aumento de velocidade, basta dar um toque curto na alavanca, e para reduzir a marcha (deixar mais leve), acione a alavanca com um movimento mais longo e sustente o movimento, assim é possível fazer 1, 2 ou até 3 reduções no mesmo movimento.
Na alavanca do câmbio dianteiro, para ir da coroa pequena para a grande, fazemos um acionamento longo, e para descer (reduzir a marcha), damos um toque curto. O Double Tap não tem o sistema de meio toque!

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Sram Double Tap – mudanças com apenas uma alavanca de dupla função.

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ELETRÔNICOS
O sistema de trocas de marchas eletrônico é uma realidade no mercado, lançado a poucos anos, ele substitui as alavancas por simples botões para fazer as trocas.
A vantagem desse sistema é que ele não desregula, pois não há atrito entre cabo e conduite. A vantagem para o ciclismo é muito mais notada nas provas longas, pois o ciclista não precisa ficar fazendo força nas alavancas para fazer as mudanças, e no caso do Triathlon a vantagem é significativa, pois o ciclista pode fazer as mudanças tanto nas ponteiras do clip de guidão quanto nos botões das alavancas de freio, permitindo que o triatleta use os câmbios sem ter que modificar sua posição em cima da bicicleta.

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No caso do câmbio eletrônico, o ajuste do “meio toque” é automático, durante as trocas de marcha na traseira, o câmbio dianteiro se ajusta automaticamente, sem que o ciclista tenha que intervir, isso é uma vantagem que poupa o equipamento e facilita a vida do ciclista.

Nesta última década, houve uma grande evolução no funcionamento, leveza e conforto dos componentes e da bicicleta de maneira geral, por isso somos cada vez mais apaixonados por elas.
Veja abaixo alguns modelos de câmbios eletrônicos.

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Bom Pedal!

Com a colaboração do bikereporter Cleber Ricci Anderson.

 

 

 

<a href="https://pedaleria.com/autor/educapivara/" target="_self">Edu Capivara</a>

Edu Capivara

Edu Capivara é Delegado Internacional do Biketrial no Brasil desde 1991 e introdutor do esporte em meados da década de 80. É amigo pessoal de Pedro Pi, o inventor do Biketrial e de toda a cúpula da BIU (Biketrial International Union) . Profundo conhecedor do mundo da bike, começou suas aventuras em modalidades como o BMX e o Mountain Bike no início desses esportes no Brasil. Já participou de campeonatos mundiais de biketrial pelo mundo todo, inclusive do primeiro, em 1986 na Europa.

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