Saiba se a suspensão da sua bike realmente amortece
As primeiras suspensões de linha para bicicletas surgiram em 1989. Pesadas e pouco sofisticadas, muitas delas utilizavam a tecnologia dos elastômeros, buchas de uretano e outros materiais sintéticos que trabalham como borrachas amortecedoras, porém com retorno mais lento. Modelos a ar, óleo e molas também brigavam pelo novo mercado, um mercado que queria pedalar mais rápido e com mais controle da bicicleta.
A indústria da “bicicleta barata” fez surgir todo tipo de componentes simples e as vezes pouco eficientes, e as suspensões não fogem a regra. Modelos totalmente de ferro, contendo em seu interior apenas molas de aço, com a simples função de rebater o impacto, pois não há amortecimento, só uma reação contrária ao esforço do encolhimento das canelas ao passar por um buraco.
O funcionamento de uma suspensão é mais que isso, mesmo que ela seja simples como as de molas, mas com a possibilidade de ajustar a pré-carga para adequá-la ao peso do ciclista, elas devem reter o movimento de extensão, quando o amortecedor se estica após o encolhimento. Uma suspensão sem esta funcionalidade é apenas uma mola, um toma lá dá cá, cansando o ciclista e desgovernando a bicicleta.
![IMG_Fox_Float_32_Aberta_08](https://pedaleria.com/wp-content/uploads/2015/04/IMG_Fox_08.jpg)
A esquerda temos o cartucho hidráulico todo em alumínio neste modelo. No lado direito da foto, o cartucho de ar, parte que recebe a calibragem de acordo com o peso do ciclista.
Os modelos mais eficientes possuem várias regulagens de retorno (rebound), e permitem a absorção e controle da bicicleta mesmo durante a passagem por costelas sequenciais, um obstáculo clássico do MTB, capaz de derrubar até bikers experientes.
![IMG_Fox_Seletor_de_Rebound_07](https://pedaleria.com/wp-content/uploads/2015/04/IMG_Fox_07.jpg)
O ajuste de retorno da suspensão é feito através deste manípulo vermelho, que neste modelo possui 17 estágios diferentes.
Trava da suspensão
Atualmente vários modelos de suspensão dianteira e traseira possuem dispositivos de trava para cessar o amortecimento ou modificar sua sensibilidade. A trava deve ser usada para enfrentar subidas íngremes e longas, eliminando o característico mergulho durante as pedaladas em marcha leve, desperdiçando força motriz e cansando o ciclista.
![IMG_Shock_Fox_05](https://pedaleria.com/wp-content/uploads/2015/04/IMG_Fox_05.jpg)
Neste Shock traseiro, o dispositivo de trava (azul) fica em cima do controle de retorno ou Rebound (vermelho).
Algumas destas suspensões possibilitam instalar travas remotas elétricas ou a cabo no guidão da bicicleta, próximo aos comandos de mão, facilitando seu uso e tornando mais segura a operação de bloqueio e liberação do funcionamento.
![IMG_Fox_Float_32_Trava_02](https://pedaleria.com/wp-content/uploads/2015/04/IMG_Fox_02.jpg)
O dispositivo para travar ou liberar o funcionamento das suspensões pode ser instalado no guidão, próximo aos comandos de mão, tornando seu uso mais seguro.
![IMG_Fox_Trava_Remota_01](https://pedaleria.com/wp-content/uploads/2015/04/IMG_Fox_01.jpg)
A trava instalada no guidão controla a válvula de passagem de óleo, retendo parcialmente o funcionamento ou travando a suspensão por completo.
As boas suspensões possuem diversos recursos como ajuste de pressão de acordo com o peso do ciclista, escolha do tipo de terreno (subida, plano ou descida), velocidade do retorno (extensão), além de serem construídas em materiais nobres, leves e bonitos, valorizando as bicicletas e possibilitando mais audácia e velocidade durante a pedalada.
Shock traseiro
O amortecedor traseiro das bikes Full Suspension, é conhecido por Shock, e é uma peça de alta tecnologia. Pela sua localização da bike ele é mais complexo e sofisticado que o da dianteira. Todos os anos, centenas de novos projetos invadem as lojas e o mercado de bicicletas, e assim como nos carros, utilizam tamanhos e cargas de esforço diferentes em cada projeto.
![IMG_Shock_Fox_Aberto_04](https://pedaleria.com/wp-content/uploads/2015/04/IMG_Fox_04.jpg)
Sofisticado, o Shock pode ter até 60 componentes, utiliza dois tipos de óleo e a câmara inferior (marrom) é calibrada com nitrogênio.
Diferente da suspensão dianteira, o Shock executa movimentos circulares em uma das pontas durante o amortecimento devido a complexidade de alguns projetos de suspensão e até pelo desenho do quadro elástico (parte móvel do quadro onde a roda traseira é fixada), por este motivo, ele deve ser muito bem construído, pois será exigido ao máximo durante sua vida útil.
![img-Amortecedor_Bike_Encolhe](https://pedaleria.com/wp-content/uploads/2015/04/img-Amortecedor_Encolhe.jpg)
Neste projeto, o amortecedor é comprimido e encolhe quando a roda traseira passa por uma irregularidade.
![img-Amortecedor_Bike_Estica](https://pedaleria.com/wp-content/uploads/2015/04/img-Amortecedor_Estica.jpg)
Neste outro projeto, o amortecedor se estende (alonga) quando a roda traseira passa por uma irregularidade.
Seja na roda dianteira ou na traseira, os amortecedores trabalham sobre fortes cargas de compressão e extensão, e ajudam muito os ciclistas filtrando as irregularidades do terreno, e para que eles durem muitos e muitos anos é necessário fazer a manutenção a cada 6 meses na rede autorizada, onde itens como óleos, retentores, válvulas e O’rings são substituídos, aumentando a durabilidade do todo o sistema, inclusive o quadro da bike.
Bom pedal!
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