Saiba se a suspensão da sua bike realmente amortece
As primeiras suspensões de linha para bicicletas surgiram em 1989. Pesadas e pouco sofisticadas, muitas delas utilizavam a tecnologia dos elastômeros, buchas de uretano e outros materiais sintéticos que trabalham como borrachas amortecedoras, porém com retorno mais lento. Modelos a ar, óleo e molas também brigavam pelo novo mercado, um mercado que queria pedalar mais rápido e com mais controle da bicicleta.
A indústria da “bicicleta barata” fez surgir todo tipo de componentes simples e as vezes pouco eficientes, e as suspensões não fogem a regra. Modelos totalmente de ferro, contendo em seu interior apenas molas de aço, com a simples função de rebater o impacto, pois não há amortecimento, só uma reação contrária ao esforço do encolhimento das canelas ao passar por um buraco.
O funcionamento de uma suspensão é mais que isso, mesmo que ela seja simples como as de molas, mas com a possibilidade de ajustar a pré-carga para adequá-la ao peso do ciclista, elas devem reter o movimento de extensão, quando o amortecedor se estica após o encolhimento. Uma suspensão sem esta funcionalidade é apenas uma mola, um toma lá dá cá, cansando o ciclista e desgovernando a bicicleta.
Os modelos mais eficientes possuem várias regulagens de retorno (rebound), e permitem a absorção e controle da bicicleta mesmo durante a passagem por costelas sequenciais, um obstáculo clássico do MTB, capaz de derrubar até bikers experientes.
Trava da suspensão
Atualmente vários modelos de suspensão dianteira e traseira possuem dispositivos de trava para cessar o amortecimento ou modificar sua sensibilidade. A trava deve ser usada para enfrentar subidas íngremes e longas, eliminando o característico mergulho durante as pedaladas em marcha leve, desperdiçando força motriz e cansando o ciclista.
Algumas destas suspensões possibilitam instalar travas remotas elétricas ou a cabo no guidão da bicicleta, próximo aos comandos de mão, facilitando seu uso e tornando mais segura a operação de bloqueio e liberação do funcionamento.
As boas suspensões possuem diversos recursos como ajuste de pressão de acordo com o peso do ciclista, escolha do tipo de terreno (subida, plano ou descida), velocidade do retorno (extensão), além de serem construídas em materiais nobres, leves e bonitos, valorizando as bicicletas e possibilitando mais audácia e velocidade durante a pedalada.
Shock traseiro
O amortecedor traseiro das bikes Full Suspension, é conhecido por Shock, e é uma peça de alta tecnologia. Pela sua localização da bike ele é mais complexo e sofisticado que o da dianteira. Todos os anos, centenas de novos projetos invadem as lojas e o mercado de bicicletas, e assim como nos carros, utilizam tamanhos e cargas de esforço diferentes em cada projeto.
Diferente da suspensão dianteira, o Shock executa movimentos circulares em uma das pontas durante o amortecimento devido a complexidade de alguns projetos de suspensão e até pelo desenho do quadro elástico (parte móvel do quadro onde a roda traseira é fixada), por este motivo, ele deve ser muito bem construído, pois será exigido ao máximo durante sua vida útil.
Seja na roda dianteira ou na traseira, os amortecedores trabalham sobre fortes cargas de compressão e extensão, e ajudam muito os ciclistas filtrando as irregularidades do terreno, e para que eles durem muitos e muitos anos é necessário fazer a manutenção a cada 6 meses na rede autorizada, onde itens como óleos, retentores, válvulas e O’rings são substituídos, aumentando a durabilidade do todo o sistema, inclusive o quadro da bike.
Bom pedal!
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