Centrador de rodas de bicicletas

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As rodas com raios ligando o cubo ao aro surgiram no século IV antes de Cristo, e claro, eram de madeira e sem recursos. Logo incluíram uma cinta de aço feita nas ferrarias, dando mais resistência ao conjunto. A invenção teve surgimento quase simultâneo na Europa, Ásia e China, e foi um avanço, se comparado às pesadas rodas maciças.

Na década de 1870, Eugene Meyer inventou a roda raiada, com sistema de aperto com rosca, e em 1874 James Starlet patenteou a roda com raiação cruzada, a mesma que conhecemos hoje.

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A raiação regulável é uma conquista mecânica incrível, já que permite montar rodas leves e resistentes, que equipam ou equiparam charretes, bicicletas, motocicletas, carros e até aviões ao longo dos séculos. A combinação entre comprimento, quantidade e cruzamento dos raios pode assegurar que a roda seja forte ou fraca, leve ou pesada, claro que materiais compostos e ligas especiais também influenciam nesse resultado, mas a possibilidade da troca dos componentes e customizações dos modelos é que perpetua esse invento.

Como funciona o ajuste das rodas da bicicleta?

A distribuição matemática dos raios combinada com as posições das flanges na direita e esquerda (discos dos cubos, onde estão presos os raios), permitem puxar o aro, alcançando a regularem desejada. Tocando em miúdos, se a roda está torta para a direita, soltamos os “niples” (uma espécie de porca especial que tenciona o raio) deste lado da roda e apertamos os niples do outro lado, para que puxe o conjunto no sentido oposto.

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O serviço parece algo assustador quando olhamos pela primeira vez, mas é bastante intuitivo quando se pega para fazer. Se a roda está com “pulo” (movimento sobe e desce quando giramos) o trabalho é um pouco mais demorado. Neste caso, soltamos os niples de cima e de baixo para que o aro possa se mover na direção desejada. Mecânicos e montadores de rodas experientes sabem quantas voltas dar em cada niple, para que a roda fique quase pronta antes de colocá-la no centrador para concluir o trabalho.

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Do básico ao sofisticado

O centrador de rodas é tão antigo quanto as rodas raiadas. Os modelos básicos lembram muito um garfo de bicicleta, com peças móveis (articuladas) para fazer a checagem do empenamento ou pulo. Um par de “pontas” fica próximo das laterais do aro, servindo de referência visual quando giramos a roda, que raspa na peça onde há o problema. A checagem do pulo é obtida com o mesmo tipo de leitura, só que a peça fica abaixo do aro (o rolete branco na foto abaixo), permitindo a visão da falta de centralização da roda na posição vertical.

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O centralizador profissional “sofisticado” é uma obra de engenharia, parece até um tipo de ferramenta da Nasa, que os astronautas usam para algum fim científico. Possuem todo tipo de ajuste para alcançar todos os tamanhos de aros existentes. Os manípulos de controle (discos dourados na foto abaixo) permitem ajustar simetricamente o lado direito e esquerdo do aparelho, e a checagem do guarda chuva (ver post Já checou o guarda chuva da sua roda?) é verificada no visor frontal milimetrado.

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O modelo testado possui dois relógios comparadores que fazem a marcação decimal e centesimal de milímetros de desalinhamento, permitindo um trabalho fino, 100% perfeito, sem ter que olhar o minúsculo vão entre o aro e o leitor (pinça que lembra um “C” deitado). Os relógios ficam presos a braços magnéticos articulados, que alcançam aros de todos os diâmetros com facilidade.

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Essa ferramenta profissional valida a excelência das oficinas de bike, que podem entregar um serviço de qualidade sem perda de tempo, mas fala a verdade, quem gosta de ferramentas para bicicletas vai querer ter um desses enfeitando a oficina ou a sala de casa. rsrsrsrs

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