Descendo com estilo, e coragem.
É difícil falar da bike sem explicar a modalidade. O Downhill é uma das modalidades praticadas no Mountain Bike, cara, rápida e sofisticada, é atualmente bem diferente do modelo adotado no nascimento desse esporte em Fairfax na Califórnia em 1976.
Na época foram utilizadas bicicletas tipo Cruiser com pneu balão e freios a tambor, que chegavam a derreter devido ao forte angulo de inclinação das pista e baixa resistência dos materiais utilizados na época. Na primeira prova oficial, 10 pilotos desceram cerca de 400 metros em 5 minutos, o dobro da média das provas de hoje.
De 1974 a 1979 figuras lendárias como Ignatz Schwinn e Gary Fischer já experimentavam modelos com cubos de motos (freios a tambor) com suporte para a catraca e outras maluquices como “câmbios” para tornar as bikes mais resistentes e com melhor performance. Ainda em 1979, os organizadores e competidores da prova Repack Downhill – Charlie Kelly e Gary Fischer fundaram uma empresa e batizaram o esporte de Mountainbike, que cresceu muito na década de 80, onde bravos pilotos arriscavam-se nas perigosas descidas montados em bicicletas rígidas ou com os primeiros garfos amortecidos com curso de apenas 50mm.
De lá pra cá, suspensões de maior curso, coroas duplas nos pedivelas, freios a disco e até projetos de quadros com suspensão foram vistos com mais frequência.
Com o passar dos anos, pilotos de outras modalidades do ciclismo interessaram-se pelo Downhill, especialmente os atletas do BMX, como Daniel Solano (equipe Tomac), Brian Lopes e tantos outros famosos, que acabaram impulsionando a modalidade até a primeira prova oficial de Downhill da UCI, o Mountain Bike Championship UCI, realizada em 1990 em Durango, Colorado, local ímpar para esse tipo de prova, palco de inúmeras competições importantes no cenário atual do MTB.
O esporte utiliza atualmente a sigla DH, e seus praticantes enfrentam pistas radicais que beiram o intransponível, já que enfrentam não apenas os planos íngremes, mas também saltos imensos, curvas de parede, raízes, buracos de todo tipos, rock gardens (jardins de pedras) onde os tombos também são perigosos e espetaculares.
Os trechos escolhidos podem ser naturais como trilhas e penhascos, ou artificiais como escadarias e corredores estreitos com desníveis e degraus, que na maioria das vezes não assusta os participantes, pois eles pilotam equipados com uma indumentária de segurança completa, com capacetes fechados, celete peitoral, cotoveleiras, caneleiras, joelheiras e coletes cervicais.
As bicicletas lembram as motos de cross (na imagem e no preço), e são máquinas tecnologicas potentes, suspensões com mais de 200mm de curso, freios super-dimensionados, ajustes finos de quadro e suspensão, pneus largos, “cravudos” e até rodas maiores, como as novas DH 27,5”.
Outra modalidade que encara descidas cabeludas é o Freeride, e suas bike tem muita semelhança com as DH mas muitas delas tem menor distância entre eixos e garfos posicionados mais em pé.
É bastante comum ver bikes de DH e Freeride andando juntas nas provas.
Conheça aqui mais alguns detalhes de uma bike de Downhill/Freeride com este exemplar clássico de 2011, uma UMF Freddy (United Merida Freeriders).
Espero que você tenha gostado da matéria e de ter conhecido um pouco mais sobre essas bikes geniais para bikers insanos.
Bom Pedal!