Os 5 erros mais comuns

Para muitos, passa despercebido, mas para quem está acostumado a andar com tudo em ordem, certas coisas não passam tão fácil assim, e são até bem cômicas.

Garfo ao contrário
Garfo invertido

Quem nunca viu nos parques, nas ruas, ciclistas andando em suas bicicletas com o garfo virado ao contrário, com o freio virado para dentro? Esse fato geralmente ocorre quando o dono monta sua bike nova. Na caixa, para ficar mais compacta, os fabricantes embalam o conjunto desta forma, então, o feliz proprietário coloca o avanço (mesa que segura o guidão) no garfo, coloca a roda e cai na estrada!

Observe sua bike, olhando-a de lado. Reparou que os ângulos do garfo e do tubo frontal (onde vai instalado o garfo) são diferentes, jogando a roda mais para frente, com relação ao tubo frontal? Esse “avanço” é chamado de offset da bike, um deslocamento do eixo dianteiro necessário para ela ter boa dirigibilidade. Se virarmos o garfo ao contrário, teremos essa medida negativa, causando não só um aspecto estranho, parecendo que ela topou de frente e entortou o grafo, mas também perda de estabilidade, principalmente em curvas, alem da ponta dos pés bater no pneu dianteiro pela redução do “entre eixos” da bicicleta.

Selim baixo demais
Banco baixo

Por falta de atenção, por não ter a chave correta ou porque pegou a bike emprestada, andar com banco baixo ou com uma regulagem errada para sua altura é erro grave. Além do desconforto inicial, pode causar sérios problemas de joelho e coluna. Muitos passam algumas horas pedalando assim nos finais de semana, e se arrastam semana adentro sentindo fortes dores nos joelhos e articulações dos membros inferiores. Se você não pode fazer o Bike Fit (ajuste personalizado de todas as partes reguláveis de uma bicicleta, seguindo conceitos de postura e ergonomia), pelo menos regule corretamente a altura do banco. Aqui vai a dica de como saber se o ajuste está correto.

Coloque o pedal/pedivela para baixo à 90º na vertical, pise no pedal com o calcanhar e ajuste a altura do banco de maneira que sua perna fique esticada, assim, quando pisar nos pedais normalmente na hora de pedalar, sua perna apresentará uma leve curvatura, não estará completamente esticada, o que não é aconselhável. Assim você não sentirá mais dores, e terá todos os benefícios de pedalar.

Pneu descalibrado
Pneus murchos

Falta de bomba, falta de tempo pra levar no posto de gasolina, “não vi que estava assim” ou simplesmente preguiça mesmo, são as desculpas mais comuns quando apontamos um pneu murcho ou mal calibrado. Os problemas causados por este “descuido” são vários, posso elencar os principais logo abaixo.

1 – Perda de controle nas curvas, o pneu pode até sair do aro.
2 – Corte no pneu e furo na câmara se pegar um pequeno degrau ou buraco.
3 – Desgaste acentuado e irregular do pneu, pois não está apoiado no chão de forma correta.
4 – Perda de força motriz na pedalada, a pressão nos pedais associada ao pneu amassando contra o chão retarda o avanço da bike.

A calibragem correta para cada modelo está escrita nas laterais dos pneus, com pressão mínima e máxima.

Marcha errada
Marcha errada

Tirando alguns modelos de Mountain Bike atuais, que possuem uma corrente super flexível lateralmente e uma ou duas coroas no pedivela, para todas as outras, deve ser excluída a possibilidade de andar com “marchas cruzadas”, ou seja, coroa grande com pinhão grande por exemplo e vice-versa. Ao andar nesta marcha, o câmbio irá trabalhar fora de posição ideal, muito tensionado, além do desgaste prematuro do conjunto de transmissão (corrente, coroas e pinhões), podendo na pior das hipóteses, acontecer a queda frequente ou quebra da corrente, ou ainda da gancharia (aí o bicho pega mesmo!).

Capacete ao contrário
Capacete invertido

Para finalizar, o campeão dos erros, o capacete invertido na cabeça! Ninguém aguenta, tem que rir mesmo. Fica muito bizarro, e não encaixa corretamente, fica totalmente vulnerável em caso de tombo, provavelmente nesse caso o capacete sai voando da cabeça. Os capacetes devem ficar bem encaixados e ajustados utilizando para isso as correias laterais, onde as pequenas fivelas devem ser posicionadas logo abaixo das orelhas, e devem prender nas orelhas quando tentarmos removê-lo sem abrir a fivela.

Não se preocupe com o logotipo da marca do seu capacete, muita gente pensa que ele foi instalado ao contrário, o que não é verdade. O mais importante é identificar qual é a parte da frente e qual é a de trás dele. Simples, o ajuste de nuca, aquele que geralmente é uma rodinha que aperta ou afrouxa o capacete e que faz um “crec-crec” quando gira, deve ficar para trás, na nuca mesmo. Em caso de dúvidas, consulte o manual do fabricante. ;)

Esse ajuste de fechamento na nuca é extremamente importante, seja com disco giratório, ajustes deslizastes ou outro sistema, ele serve para acertar o fechamento em volta da cabeça (perímetro craniano). Lembre-se, o capacete deve parar na sua cabeça graças a esses dois ajustes (correias e fivelas laterais + ajuste na nuca). A fivela inferior (abaixo do queixo) evita que ele saia da cabeça em um grande tombo.

Em breve a gente vai lançar o vídeo que ajuda o ciclista a escolher o capacete mais adequado, com dicas úteis de utilização e manutenção desse equipamento que pode salvar a sua vida .

Repare bem nestas cinco dicas e se você se deparar com alguém nessas situações, ajude e diga que aprendeu na Pedaleria. ;)

Grande abraço.

<a href="https://pedaleria.com/autor/educapivara/" target="_self">Edu Capivara</a>

Edu Capivara

Edu Capivara é Delegado Internacional do Biketrial no Brasil desde 1991 e introdutor do esporte em meados da década de 80. É amigo pessoal de Pedro Pi, o inventor do Biketrial e de toda a cúpula da BIU (Biketrial International Union) . Profundo conhecedor do mundo da bike, começou suas aventuras em modalidades como o BMX e o Mountain Bike no início desses esportes no Brasil. Já participou de campeonatos mundiais de biketrial pelo mundo todo, inclusive do primeiro, em 1986 na Europa.

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