Antigos formatos e novos modelos de quadros de bicicleta.
Desde quando as bicicletas começaram a utilizar quadros com desenhos mais convencionais, parecidos com os de hoje, houve uma sucessão de cópias e modificações em cima do modelo conhecido como diamante, mesmo que alguns deles não lembrem em nada a pedra preciosa lapidada, o formato de dois triângulos invertidos é leve e muito resistente, fato pelo qual ele é usado até hoje por fabricantes conservadores ou modernos, e mesmo os quadros de carbono de última geração utilizam esse consagrado formato.
Depois do formato Penny-Farthing, uma das primeiras bicicletas fabricadas em linha de produção, os modelos com quadros “diamante” e com duas rodas do mesmo tamanho foram inicialmente conhecidas como bicicletas de segurança, pois as Penny com sua imensa roda na dianteira e pequena atrás não eram muito seguras ou fáceis de pedalar. Até onde se sabe, a primeira bicicleta de segurança nasceu na Inglaterra, criada pelo engenheiro Harry John Lawson em 1876, embora outros aleguem que ela foi inventada por Thomas Humber um pouco antes, por volta de 1868.
As bicicletas de segurança trouxeram mais estabilidade ao pilotar, pois com centro de gravidade mais baixo e entre as rodas, era mais fácil de conduzir que as Penny-Farthing, que mantinham todo o peso sobre o cubo da roda dianteira, exigindo condutores mais ousados, geralmente jovens e homens, pois as mulheres andavam apenas em triciclos.
Com a invenção das suspensões traseiras, fabricantes ainda tentaram manter o desenho diamante mas o curso era limitado e os projetos eram falhos e cheios de limitações, além de ficarem pouco inovadores no quesito “formato”. Marcas conhecidas embarcaram nessas tentativas, onde surgiram modelos como a Specialized Ground Control Comp A1 e GT LTS, ambas em 1996.
A americana Proflex apostou no modelo full suspension a base de elastômeros, polímeros de amortecimento que funcionam como batentes de curso moderado. O modelo 355 lançado em 1995 foi uma grande novidade, pois vinha com uma curiosa suspensão dianteira com hastes duplas e rígidas, que acionavam o bloco amortecedor em um sistema de paralelogramo. A marca lançou mais alguns modelos nesse conceito, substituindo os elastômeros por molas helicoidais e cartuchos de amortecimento pressurizados (shock).
Quadros com formatos bizarros e até inexplicáveis surgiram e sempre surgirão, suspensões traseiras com desenhos estranhos, pesados e pouco funcionais existem aos montes e são comercializados em dezenas de países até hoje, fazendo a alegria de crianças, jovens e adultos inexperientes e pouco observadores.
Alguns modelos já testados, lançados e abandonados por seus inventores continuam fazendo sucesso entre as bikes populares, e com matéria prima e componentes melhores já custaram bem caro, as famosas bicicletas com quadro em forma de “Y”. Marcas como Schwinn, Trek, Gary Fisher, Mongoose, Huffy, Jeep, Caloi, Specialized (modelo BMX) e outras tantas da China e Índia, tiveram ou tem suas marcas estampadas neste formato de quadro, sendo um dos modelos mais copiados, independente do material da sua construção.
De uns tempos pra cá muitas marcas se renderam ao formato aproximado de diamante também para os modelos com suspensão nas duas rodas, adotando desenhos muito parecidos com os de seus concorrentes, com amortecedor traseiro deitado e posicionado embaixo do tubo superior do triângulo dianteiro (top tube), simplificando e deixando a bicicleta funcional e com aspecto mais limpo, além do menor peso e complexidade.
Apesar de alguns modelos ainda lembrarem os primeiros quadros, a tecnologia e a criatividade dos tempos atuais tornou as bicicletas máquinas confiáveis, leves e rápidas, despertando o desejo e a curiosidade de adultos e crianças nas mais variadas modalidades, e se você quer ingressar nesse maravilhoso mundo de saúde e diversão, informe-se sobre o tamanho do seu quadro nesta matéria.
Bom pedal!
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